Nós temos o costume de pôr a responsabilidade de resolver as coisas nos outros. Se alguma coisa não vai bem, a culpa é do governo, da família, da sociedade.
Pode até ser.
Apesar de ser importante, contudo, reclamar apenas não resolve.
Nós, como indivíduos, podemos influenciar, mas não temos como controlar as ações do governo, ou do mercado.
Mas temos o controle de nossas ações. Cada um de nós é livre para fazer ou deixar de fazer (dentro de si) aquilo que deseja.
E mais: por termos essa liberdade, temos a responsabilidade pelos nossos atos. Como dizem os franceses, "noblesse oblige". A nobreza (ou a liberdade) traz consigo obrigações.
Atualmente, com a quantidade de informações disponíveis, não temos mais como nos omitir usando a desculpa de "não saber".
Se quisermos um mundo viável para os nossos filhos ou netos, ou mesmo a possibilidade de uma velhice tranquila, não podemos continuar agindo como se nada estivesse acontecendo.
Nossa civilização se encontra em uma encruzilhada.
Se continuarmos no caminho onde estamos, em poucos anos, ainda no tempo de vida de nossa geração; nossa cultura vai sofrer o mesmo destino que vitimou os Maias, na América Central e os habitantes da Ilha de Páscoa.
O colapso de uma civilização não é algo agradável de se ver. E dessa vez será em escala global, levando junto conosco boa parte da Biosfera.
Porém, como as coisas estão desse jeito em função de milhões de decisões individuais, nós podemos reverter esse quadro.
Se alterarmos nosso modo de agir com a rapidez e a intensidade necessárias, podemos alterar o rumo desse desastre anunciado e construir uma sociedade sustentável, na qual nossos filhos e netos possam viver em paz e harmonia.
Em algumas tribos nativas da América do Norte, quando se tinha que tomar decisões importantes, era costume se questionar como isso iria influenciar o futuro da tribo até a sétima geração.
Isso porque eles sabiam que cada decisão nossa tem consequências para o futuro. Infelizmente, nós não temos esta sabedoria.
Para decidirmos com bom senso, devemos, ao nos depararmos com algo importante, ou mesmo na nossa rotina do dia a dia, fazer quatro questionamentos:
O que nós iremos fazer ou comprar é bom, mau ou neutro para o nosso planeta? Ou, em outras palavras, o impacto de nossa ação vai ser positivo ou negativo? Vai melhorar as condições de vida de nosso planeta ou vai piorar a situação existente?
Se for bom, como podemos agir para encorajar outras pessoas a fazerem o mesmo?
Se for mau, nós temos como evitar fazer aquilo?
Se for mau e não tivermos como evitar, o que podemos fazer para reduzir ou para compensar o impacto negativo causado pela nossa ação?
(Ivan Valdetaro - Biólogo, escritor e Consultor na área de sustentabilidade)
Um beijo no coração,

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